Dia do Bandeirante

[Crônica de 14 de novembro de 2003]

Dia 14 de novembro é o dia do Bandeirante na cidade de Santana do Parnaíba. Quem criou a data foi o poeta Paulo Bomfim, profundo conhecedor da história das bandeiras porque as vive no sangue, como descendente direto dos bandeirantes homenageados por ela, que deixaram nos seus genes as rotas de tantos martírios e os segredos de outros Eldorados.

O poeta é a história viva de São Paulo e de seus começos. Se não é historiador, é só porque não quer ser. Por respeito aos seus maiores e aos seus segredos, que ele esconde no mais fundo de sua alma, recusando-se a dividi-los, exceto quando a honra da terra mãe é colocada em risco por alguém que não sabe nada, que não sente no sangue as derrotas dos caminhos, que quer mudar os fatos como quem compra pirulito e imagina que a história de uma nação se faz como quem vai a um jogo de futebol.

O Poeta é a história viva das entradas, das bandeiras e de seus resultados. Das trilhas, dos Peabirus, dos rumos esquecidos nas matas, nos ossos dos que morreram para a bandeira seguinte varar em frente, demandando os Guairás e as serras de prata e ouro, de onde arrancaram Sabarabuçu, Goiás Velho e Cuiabá.

Ah, Santana do Parnaíba de onde partiram tantos grandes entre os grandes para fazer o Brasil um país maior e a nação brasileira uma feliz combinação de gentes e terras conquistadas pelo suor e pelo sangue de tantos paulistas que antes de serem paulistas sempre foram brasileiros.

Santana do Parnaíba que deu nome aos rios distantes, que gerou homens destinados a cumprir um grande destino, que arrancou das brumas das lendas a realidade de riquezas incalculáveis.

Ah, Santana do Parnaíba que ainda escuta o conselho dos poetas…

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