25 anos de São Francisco

[Crônica de 29 de novembro de 2001]

25 anos é muito tempo. Corresponde a um quarto de século, ou a mais de 9.125 dias. Ou, ainda, a uma geração. No entanto, parece que foi ontem que tudo começou e a velha Faculdade de Direito do Largo de São Francisco se transformava em realidade, trinta anos atrás.

É mais tempo ainda. Há 30 anos entrávamos no primeiro ano. E há 25 nos formávamos. Foi um tempo fantástico. Um tempo bom, onde as lições da escola e as lições da vida formaram mais uma turma na longa história da Academia de Direito, criada por D. Pedro I em 1827.

Estamos mais velhos, mas não estamos velhos. É uma diferença importante, ainda mais quando os cabelos já não são tão negros, nem tão compridos, nem tão cerrados.

E a festa comemorando estes 25 anos nos mostrou isto. Cada um do seu jeito, estamos, quase todos, bem. Mais ou menos inteiros, com mais ou menos cabelo, mais ou menos gordos, mais ou menos estragados, mas achando a mesma graça e com a mesma vontade de viver de 25 anos atrás, quando a vida era uma enorme brincadeira, e estudar alguma coisa que acontecia quase que por osmose, com os bedéis da faculdade passando o livro como se tivessem uma venda nos olhos, ou estivessem sempre interessados no que acontecia duas fileiras pra baixo.

A festa – festona – foi no Buffet do França, um dos melhores de São Paulo, o que por si só já foi meio caminho andando para uma noite muito gostosa.

Mesmo com o conjunto tocando música pra gente bem mais velha do que a maioria, deu pra dançar e, depois, como sempre acontece em festas de ex-alunos da São Francisco, veio a poesia de Paulo Bomfim, e a cantoria das trovas acadêmicas, com muita bagunça, muita piada e muita risada. A bagunça e a risada que nos mostraram que se 25 anos é muito tempo, pra nós, mesmo muito tempo depois, de alguma forma, o tempo da faculdade nunca acabou.

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