A Grã-Bretanha puxa a fila
É patético, mas a Grã-Bretanha, a grande, tradicional, democrática, ética, dona da verdade Grã-Bretanha puxa a fila das nações mais patéticas do planeta.
É verdade, nós não ocupamos posição muito atrás, mas, entre os dois países, a piada, a grande piada, é a realidade britânica.
Mil governos brasileiros, tanto faz de que lado, não dão meio Brexit. As idas e vindas, os desmandos, a própria votação aprovando a saída da União Europeia, tudo é motivo de gargalhada, até de um senhor latino-americano, habituado à vergonha dos maiores disparates.
As derrotas acachapantes da Primeira Ministra dão uma vaga noção do tamanho do esculacho.
O ponto triste da piada é que tem tudo para acabar mal. Vai custar caro e tem grandes chances de ressuscitar o terrorismo irlandês, adormecido há perto de 20 anos, por falta de razão para se manter ativo.
Agora, numa única tacada, o parlamento britânico, que decretou mundos e fundos durante séculos, que deu exemplos os mais positivos em momentos dramáticos da história da humanidade, que apoiou Churchill na Segunda Guerra Mundial, simplesmente se transforma em piada, perde a vergonha na cara e se desmoraliza sozinho.
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Pode ser que o Brasil seja motivo de riso para muita gente, mas boa parte das nossas histórias só são publicadas para tentar tapar o sol com a peneira, esconder o Brexit ou o muro na fronteira com o México. Para não falar nos coletes amarelos franceses e nas barbaridades que correm soltas na Europa Central.
Diz o ditado que chora menos quem pode mais. Nós estamos perto do buraco, mas como ficam os que se imaginavam o morango da torta quando descobrem que são o carrapato na anca do cavalo do mocinho?
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