Se ainda havia a possibilidade da dúvida, agora é certeza, a solução para controle da população desenvolvida pela USP funciona e em pouco tempo deve começar a desempenhar sua missão, não sei se dentro do cronograma previsto. É uma solução prática, barata e eficiente, com tudo para dar certo e provar que a Universidade de São Paulo é tão competente, ou mais competente, do que a mais competente universidade norte-americana.Como eu sei? Porque, mais uma vez, quase fui a cobaia perfeita para inaugurar as estatísticas das vítimas de acidentes entre pedestres e ciclistas na calçada comum criada pela USP, ao lado da Raia de Remo.Estava de novo andando com a Clotilde quando um ciclista, vindo pelas minhas costas, quando já estava bem próximo, deu uma assobiada para me avisar que ele iria passar.Como o outro ciclista que quase me atropelou algumas semanas antes, este também vinha na velocidade do vento, como se dependesse dele e de sua bicicleta a paz na galáxia.
Se eu tivesse ido para a direita em vez de sair da calçada pelo lado esquerdo, ou se a Clotilde tivesse se assustado, esta crônica, provavelmente não estaria sendo escrita.
Seria um acidente sério, principalmente porque o estafermo vinha feito um louco, pedalando numa calçada estreita, compartilhada por pedestres e bicicletas.
Se a proposta não for controlar a população, não tem como a invenção da USP dar certo. Não vai dar e o resultado é que, em algum momento, alguém vai se machucar de verdade.
Aí virão as desculpas de sempre, que, infelizmente, não terão o condão de resgatar o estrago. É hora da USP repensar uma má ideia.