Às vezes é muito difícil
Tem dias em que acordamos e pensamos por que isso aconteceu comigo? Às vezes é uma coisa boa, outras não, mas a pergunta se impõe, sem aviso prévio, sem sirene ligada ou alarme disparando.
Por que comigo e não com ele? Se tem tanta gente boa melhor do que eu, e tanta gente ruim, pior do que eu, por que aconteceu comigo? O que eu fiz para merecer a benção ou a pena?
Ninguém tem a resposta. É assim porque a vida é assim. Fatalista? Não, realista. A verdade é que viver é duro. Não tem almoço de graça. Quem disser que tem a vida fácil ou tem pai rico, ou é bobo, ou é mentiroso.
Reformar o mundo e estar acima do bem e do mal, julgar os outros como se tivéssemos verdade definitiva é coisa que passa rápido, assim que deixamos a casa dos pais, caímos na estrada e levamos a primeira porrada.
Tem gente que começa a pagar ainda antes de sair do porto, outros só pegam a tempestade navegando em mar alto.
Tanto faz, ela vem. Chega e vira tudo de ponta cabeça como os furacões que varrem cidades e matam e destroem e depois somem, como se nunca tivessem existido.
Deus não tem nada com isso. Isso mesmo, Deus não tem nada com isso. Ele não é responsável, nem culpado ou inocente porque alguma coisa aconteceu ou deixou de acontecer. O ritmo do mundo é o ritmo do mundo. Deus criou o mundo. E deu regras para cada momento ser como é, com ou sem a gente.
Ele não interage com a sorte de cada um. Somos um pedaço da obra divina, mas somos só isso, um pedaço muito pequeno para que Deus crie permanentemente exceções para nos salvar, individualmente.
Nessas horas, rezar ajuda. Diante do desconhecido, do muito maior, do destino que cobra seu preço, rezar e ter fé diminui nossa insignificância.