Poesia viva
A missão dos poetas, a verdadeira missão dos poetas, é traduzir para os homens as palavras dos anjos. Servir de ligação entre o aqui e o eterno, numa comunhão permanente com as forças superiores, donas dos mistérios que dão liga e sentido ao universo.
Ninguém é poeta só porque quer. A poesia tem ritmos compreensíveis para todos, regras que a fazem acessível a quem deseja escrever em versos, mas só isso não faz de quem escreve um poeta.
Se nasce poeta. Se nasce com o dom, mas não significa que ele seja fácil ou uma benção. Nem significa que o fato de ter o dom implique obrigatoriamente em se transformar em poeta.
Não é assim que as coisas funcionam. Quem diz isso são os olhos de Paulo Bomfim, o grande poeta brasileiro, que tem lugar de honra no céu pela sua imensa capacidade de conversar com os anjos.
Paulo Bomfim anda pelo tempo irmanado com os anjos. Percorre as estradas da eternidade como se também não tivesse idade, na companhia das criaturas superiores que habitam o paraíso.
Paulo Bomfim fotografa o paraíso e nos entrega as imagens em versos maravilhosos, que falam da vida antes da vida, da vida que dá sentido à vida, da vida que transcende a vida.
Paulo Bomfim vai além de escrever poesia, ele vive poesia ou, melhor, ele é poesia. Por isso sua poesia corre como um rio, natural, contínua, sem interrupções, em ritmos diferentes, mas sempre constante.
Constante como a amizade de Paulo Bomfim, como o querer bem de Paulo Bomfim, como o respeito e a lembrança do poeta.
Eu almoço pelo menos uma vez por semana com Paulo Bomfim. No alimento repartido, no vinho, mas, acima de tudo, na nossa amizade, eu alcanço a remissão dos pecados e o milagre da vida eternamente renovado.