As Santas Casas são mais antigas
Diz a lenda que a primeira Santa Casa de Misericórdia fundada no mundo foi a Santa Casa de Lisboa, em 1498, pela rainha dona Leonor, viúva do rei Dom João Segundo e irmã de Dom Manuel, o Venturoso.
Quem quiser, pode ver a pequena placa marcando a data, numa salinha nas ruínas da antiga Sé de Lisboa.
Mas lenda é lenda e os fatos são os fatos. E, no caso, o fato é que a primeira Santa Casa criada no mundo não é portuguesa e o ano não foi 1498.
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Em 1498, a rainha portuguesa instalou em Lisboa uma antiga instituição italiana, criada para praticar a misericórdia duzentos anos antes.
A primeira Santa Casa de Misericórdia do mundo foi criada em Florença, no ano de 1244. E existe e funciona até hoje.
Não só ela, como várias outras Misericórdias espalhadas pelo país prestam importantes serviços por toda a Itália.
Onde as Misericórdias se destacam em Portugal é que lá a instituição teve rápida aceitação e viajou pelos oceanos, junto com as naus, se espalhando por todos os territórios onde os portugueses se estabeleceram.
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Em Angola, São José e Príncipe e Moçambique, na África. Em Goa, na Índia. Em Macau, na China, e especialmente no Brasil, cuja primeira foi a Santa Casa de Santos, fundada em 1543.
No Brasil, se considerarmos todos os hospitais filantrópicos, estamos falando de mais de 2.200 hospitais. Os que carregam o nome Santa Casa são mais de 700.
Eles são responsáveis por mais de 50% dos atendimentos do SUS. E quando se fala de média e alta complexidade, atendem mais de 64% das ocorrências. Para fazerem mais é simples: basta o Governo pagar o seu custo real que, além de tudo é muito menor do que o dos hospitais públicos.
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