Um sucesso chamado Poupatempo
A realidade do serviço público brasileiro é péssima. Com as exceções de praxe, funciona mal, cobra propina, precisa jeitinho, não cumpre o que combina, não faz o que deve e empurra com a barriga toda vez que pode.
Entre mortos e feridos, dane-se a sociedade, que paga os impostos que pagam os salários e as aposentadorias de gente que, invariavelmente, quer que o seu patrão, o povo, seja achacado para render um extra no final do mês, em cima da ameaça da punição, da autuação, do fechamento.
Boa vontade é artigo em falta. Você entra em qualquer estabelecimento público e fica vendo os funcionários conversando, batendo papo no celular, fazendo qualquer outra coisa que não seja atender o público, espremido em filas desconfortáveis porque quem deveria atendê-lo ou não está com vontade ou simplesmente não está onde deveria estar.
É por isso que os Poupatempos merecem toda honra e toda glória. Eles são o ponto fora da curva, a prova de que o serviço público pode ser eficiente, profissional e bem educado.
Precisei renovar minha carteira de habilitação e fui ao Poupatempo da Sé. A hora marcada me pareceu um excesso, mas eu descobri que funciona quando cheguei lá.
Fui prontamente atendido, identificado, os formulários preenchidos, as taxas pagas, o exame médico feito, mais uma taxa paga, os comprovantes entregues e a habilitação deve chegar em poucos dias, pelo Correio.
Uma grande invenção, o Poupatempo resolve a maior parte dos problemas do cidadão com o Estado. Tem guichê para quase tudo, todos sinalizados através de faixas coloridas pintadas no chão.
No meu caso, em menos de meia hora estava tudo resolvido e uma hora depois estava no meu escritório. A pergunta que fica é: por que todo serviço público não funciona assim?