Os carros de antigamente
Ninguém discute, não há como comparar os carros atuais com os carros brasileiros da década de 1970. O conceito era outro, a segurança era outra, a forma de fabricar era outra, o material empregado era outro.
Não sei se mais seguro, mas com certeza bem mais duro e incomensuravelmente mais resistente.
É só olhar os sobreviventes daquela época que até hoje, com financiamento de 50 meses para tirá-los das ruas, insistem em seguir em frente, meio que caindo pelas tabelas na maioria das vezes.
São Brasílias, Kombis, Opalas, Corcéis, Variants e Passats que honrosamente seguem seus caminhos 30 ou até 40 anos depois.
Muitos estão mal conservados, com buracos na lataria, soltando fumaça, como destroyers da Primeira Guerra Mundial, outros estão em melhor forma, a carroceria pintada e lavada, o motor roncando macio.
Não, não são carros com chapa preta. Não são de colecionadores. Estão nas ruas todos os dias para cumprir seu papel de ir e voltar. De levar os passageiros até seus destinos, muitas vezes em regiões onde os carros atuais refugariam só de pensar em ir.
Eu não tenho dúvida, meu carro de hoje em dia é mais confortável, possante e seguro do que meu velho e bom Opala, ano 1971, modelo 2500 Especial, com freio a tambor nas 4 rodas, carburador e sem ABS.
Mas com o Opala eu rodei mais de 80 mil quilômetros de Brasil em 1972, tendo apenas que trocar velas, amortecedores e pneus.
Será que o carro de hoje faria a mesma coisa? Tenho minhas dúvidas. Dúvidas que ficam mais fortes quando percebo que tem mais carros das décadas de 1970 e 1980 do que da década de 2000.
Eu sei que a diferença tem muito a ver com o conceito atrás da ideia. Mas que faziam carros para durar, isso faziam.