Mobilidade urbana, longe do ideal
Principalmente para quem tem 60 anos ou mais
A população com 60 anos ou mais na cidade de São Paulo corresponde a 15% do total e a expectativa é que este percentual chegue a 30%, em 2050, pelas previsões da Fundação Seade. Quando o assunto é mobilidade urbana, a cidade deixa muito à desejar para as mais de 1,7 milhão de pessoas que estão nesta faixa etária. Há grandes obstáculos a serem enfrentados e superados para que a cidade seja mais amigável.
Se por um lado é uma conquista o aumento da longevidade, estamos vivendo mais e a expectativa ao nascermos, em 2018, foi de 76,3 anos, por outro, sérios desafios implicam em vivermos bem. Um deles é a mobilidade urbana e uma recente pesquisa da Fundación MAPFRE mostrou esta percepção exatamente por que tem 60 anos ou mais, e por especialistas no tema da mobilidade da pessoa idosa. Ao todo, foram mais de 1.100 entrevistas.
Entre as constatações, 81% dos participantes disseram que os deslocamentos são feitos com maior frequência à pé ou por ônibus. Neste meio de transporte, a maioria afirmou ser ignorada frequentemente por outros passageiros que estão nos assentos preferenciais. Nas caminhadas, um dos principais empecilhos são as calçadas, 80% mencionaram que o excesso de buracos é o principal motivo de quedas e tropeços, e a iluminação precária das ruas foi citada por 34%.
A pesquisa também mostrou que a maioria dos entrevistados, 56% do total tem medo de sofrer um acidente de trânsito, o que evidencia a percepção de risco elevado fora de casa. O objetivo do estudo é dar subsídios para criar e aperfeiçoas políticas públicas focadas na mobilidade de pessoas, e servir como um alerta sobre respeito e solidariedade. Há um longo caminho a percorrer para que isso aconteça, estamos longe de sermos o Paquistão, país que tem uma tradição de longa data de respeito pelos idosos.
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