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Quando tudo complica

Quando tudo complica, é óbvio que fica feio. Não tem como ser diferente. E a prova viva pode ser vista nas ruas de São Paulo, ao longo da temporada de chuvas.

Como é sabido, as chuvas de verão não ajudam em nada a vida da cidade. Pelo contrário, podendo atrapalhar, atrapalham. O resto é poesia.

Quando, dentro de um quadro ruim, alguém faz força para ficar pior, é evidente que piora, ou tem grande chance de piorar.

E para completar o quadro, se alguém atrapalha, então, a perfeição fica mais próxima: o caos se materializa, transforma a vida e leva os seres humanos à loucura.

Na prática isso não aconteceria? As variáveis são amplas demais para permitir a conjunção dos fatores necessários à sua ocorrência?

Não se iluda. A Lei de Murphy está aí para provar que o impossível acontece e causando o maior dano possível.

Você está se esquecendo da realidade. Deixando de lado o dia a dia para se entregar à ilusão das férias e que o mundo é constantemente assim. Não é. O mundo não é bom. As tragédias acontecem. As pessoas morrem estupidamente, muitas vezes sem saber por que.

No caso, o caos se materializa chuva depois de chuva. Ano após ano, durante as tempestades de verão, já faz muito tempo. Com o fenômeno se agravando nos últimos anos, por conta de três variáveis dramáticas: o aumento da malha viária, do número de motoristas e da incompetência de quem deveria ser competente.

Quando a chuva não ajuda, os motoristas abusam e a CET atrapalha, não tem como, o resultado é um só: o trânsito para. A você resta rezar.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.