Victor Brecheret
Entre os artistas modernos brasileiros, poucos enfeitaram tanto São Paulo feito Victor Brecheret. O escultor genial emprestou sua arte para deixar a cidade mais bela. Suas estátuas se espalham entre áreas abertas e fechadas com uma felicidade rara, dando mais beleza até para o que já é bonito, como a entrada do Teatro Municipal.
Mas é nas praças que a arte de Brecheret assombra. Basta citar dois conjuntos esculpidos por ele para dar a dimensão de seu talento. A estátua do Duque de Caxias, o Monumento às Bandeiras.
O Duque de Caxias de espada na mão, no alto do pedestal, nos Campos Elíseos, é uma estátua impressionante e que sempre me faz pensar como foi que conseguiram levantar o militar montado em seu cavalo até aquelas alturas.
Nem todo mundo gosta dela, mas, confesso que desde menino a estátua me impressiona. E eu gosto dela, com seu porte marcial, num estilo vitorioso, heroico e patriótico.
O Monumento às Bandeiras é um conjunto maravilhoso. Ainda que nenhum bandeirante tenha cavalgado, é uma estatuária deslumbrante, homenageando e dimensionando, dentro da escala de uma obra de arte, o que foi a conquista de metade do território brasileiro pelos paulistas. Como se não bastasse, as figuras são lindas e dentro de sua imponência, preservam certa suavidade, como se as pedras guardassem as almas dos grandes bandeirantes.
Mas Brecheret foi além e emprestou seu talento para embelezar a tristeza dos cemitérios. Que o diga o túmulo onde estão enterradas 3 gerações da minha família, composto por dois grandes blocos de granito, com uma singela cruz esculpida no primeiro.