A figueira do Rubaiyat
Se há uma árvore em São Paulo que se destaca com enorme justiça é sem dúvida nenhuma a figueira do Rubaiyat. É uma árvore impressionante, pelo tamanho e pela beleza.
Para quem gosta de descobrir árvores na cidade, ela é um prato cheio. Dá para ficar o almoço inteiro olhando seu tronco e seus galhos gigantescos, descobrindo detalhes inusitados que a fazem ainda mais bela.
Existem vários tipos de figueiras, e a do Rubaiyat, na sua espécie, é das maiores que eu conheço, incluída uma lindíssima, nascida dentro do curral da cocheira das vacas, encostada no muro do velho terreiro de café, na antiga fazenda da família, em Louveira.
É difícil avaliar, mas ela não fica devendo nada para outra figueira plantada no gramado em frente da sede da mesma fazenda.
A diferença está na espécie. Uma é uma figueira brava, a outra uma figueira Benjamim. Mas as duas são deslumbrantes e se impõem pelo tamanho fenomenal de sua copa, com os galhos se estendendo numa circunferência tranquilamente com mais de cem metros.
Cada vez que almoço no restaurante erguido em volta da árvore, fico fascinado com a felicidade com que foi montado.
Ele interage com a figueira, formando um lugar diferente e extremamente agradável, com o piso de madeira criando o contraponto necessário para valorizar o enorme conjunto da árvore e para a armação de vidro que serve de telhado.
Perto dela, mesmo as grandes tipuanas que ameaçam a vida de quem mora na cidade perdem muito da sua grandeza. É verdade, a figueira do Rubaiyat tem poucas rivais, mas elas existem e não fazem feio
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h