O Ibirapuera visto de cima
O Parque do Ibirapuera visto de cima parece uma aquarela quebrando a monotonia da paisagem. É delicado, leve, ameno, amigo e belo. E cria uma mancha de alegria no coração da cidade, dando para o cinza de outras regiões a esperança de um bolsão verde, que curiosamente, nem sempre tem a melhor qualidade de ar.
As árvores do Ibirapuera não são necessariamente árvores brasileiras. Pelo contrário, boa parte delas é de plantas importadas, adaptadas ao território nacional. E mesmo assim, não há como dizer que não são lindas. Só o renque de eucaliptos na beira da Avenida República do Líbano é suficiente para manter esta afirmação, mesmo com meu querido amigo José Renato Nalini não gostando dos eucaliptos.
São árvores imponentes, altas e elegantes. Eu sei que nem sempre são o que há de melhor na natureza, mas no parque, elas fazem a diferença, além do que, não podemos nos esquecer, são árvores que crescem rápido, ou seja, são boas para políticos ganharem votos na eleição seguinte, porque em poucos anos atingem bom tamanho.
De outro lado, dentro do Ibirapuera fica o viveiro Manequinho Lopes, a contrapartida da prefeitura para compensar os eucaliptos. Nele são plantadas árvores dos mais diversos gêneros, pensadas para arborizar São Paulo. E entre elas, existem várias com a mais pura linhagem brasileira. E são lindas. A maioria mais bonita que os eucaliptos.
O Parque do Ibirapuera é um lugar especial dentro da paisagem paulistana. Ainda imenso, quando foi pensado era maior e as avenidas em volta não deveriam ter o tráfego de hoje. Coisas de uma cidade que foge ao controle dos homens, mostrando que tem vida própria e só faz o que quer, por mais que a planejem. Como planejaram o Ibirapuera.
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