E as chuvas virão
Um belo romance que retrata uma Índia que há muito não existe mais, tem, em português, o título de “E as chuvas vieram”. Retrata os estragos causados pela inundação, depois que o excesso de água rompe a barragem de uma hidroelétrica no interior do país.
São Paulo não tem, em princípio, o risco de um acidente parecido.
A única possibilidade seria a ruptura da barragem da represa de Guarapiranga, risco real, mas remoto, portanto mais fora de cogitação do que a certeza dos estragos causados diretamente pelas inundações decorrentes das chuvas de verão.
Parafraseando o título do romance: “As chuvas virão”.
Como acontece todos os anos, muito antes do homem branco construir sua metrópole no Planalto, as chuvas de verão estão para chegar e chegarão, com a violência de sempre, atingindo aleatoriamente áreas mais ou menos previsíveis.
Quem pode mais chora menos. Neste caso, nem as capivaras gostariam de estar nos pontos atingidos. As tempestades são violentas e os estragos que causam não refrescam a vida de ninguém.
As primeiras chuvas já caíram pesadas devastando o sul do país. Algumas tempestades já ocorreram em São Paulo. Mas o grosso ainda está na frente, por chegar, esperando sua hora e sua vez.
Para nós pouco resta a fazer. Não temos como interferir, exceto rezando e acendendo velas.
No mais, é torcer para os bueiros estarem limpos e as águas seguirem seu curso subterrâneo, rumo aos piscinões e rios aonde devem desaguar. Não empoçando na porta de casa, ou na avenida da esquina, já está muito bom. O problema é não empoçar.
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