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Urna eletrônica

O grande capitão foi eleito com todos os seus votos dados e apurados em urnas eletrônicas. No entanto, por alguma razão que não se consegue descobrir, ele pretende mudar as cédulas brasileiras e reintroduzir a cédula de papel.

A não ser que haja algo inimaginável por trás, não há razão lógica que sustente a sua vontade. Precisa-se dizer que ele também não apresenta nenhum argumento além de vago achismo, sem qualquer prova vagamente consistente a respeito de uma única razão para validar a mudança. Quer porque quer e acabou.

A grande acusação é que a urna eletrônica pode ser fraudada. Afirmação que seria séria, se ele mesmo não tivesse sido eleito, sem ser o candidato dos que estavam no poder e, portanto, se houvesse fraude, com certeza ele não venceria.

A urna eletrônica está completando 25 anos de bons trabalhos prestados ao Brasil. Nesse tempo, não há um único caso comprovado de fraude envolvendo qualquer votação feita através de urna eletrônica no país.

Já as cédulas de papel eram prato cheio para serem fraudadas. O melhor exemplo, e que muita gente vai se lembrar, é o que conta que numa eleição para definir o nome do candidato de um partido para disputar o Governo de São Paulo, um amigo do candidato se algemou à urna com os votos dos convencionais para que não houvesse a possibilidade das cédulas serem trocadas no meio do caminho.

Desde sempre as eleições com cédulas de papel foram fraudadas no Brasil. A eleição eletrônica acabou com a festa, mas o Presidente da República, eleito em eleição eletrônica, quer mudar a regra do jogo.

É mais um absurdo que não pode ser tolerado. Reaja, participe, não deixe que tunguem seu direito de ter seu candidato honestamente eleito.

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.