A Terra é redonda e azul
Complicou para os negacionistas. Quer dizer, complicou mais. Depois de ficar claro que cloroquina não funciona, que tem corrupção no governo e que, se o país tivesse investido em vacinas, milhares de pessoas não teriam morrido, os Senhores Branson e Bezos decidiram dar ao mundo a chance de todos que tiverem dinheiro para isso confirmarem que a terra é redonda.
Desde a década de 1960, as pessoas minimamente esclarecidas sabem disso. Nada de novo debaixo do sol. Os portugueses no século 15 já sabiam, por isso arrancaram continentes das brumas das lendas.
De lá para cá as coisas só se tornaram óbvias, começando pela certeza de Galileu de que nosso planeta gira ao redor do sol.
Se faltava alguma prova, ela veio na célebre frase de Yuri Gagarin: “A Terra é azul”, seguida de fotos de todos os tipos, tiradas por astronautas americanos e soviéticos, o que desacredita a versão do uso político da notícia que não é fake news. Nesse campo, as duas superpotências estavam de acordo: a terra é redonda e azul.
Sabendo disso, elas encheram o céu de satélites que giram em diferentes órbitas em volta da terra. E foram seguidas pela Europa, Japão, China e até o Brasil, todos se valendo da forma do planeta para levar vantagem e fazer seus satélites girarem.
Com os voos comerciais para o espaço, os dois mega bilionários, além de ganharem mais dinheiro, darão, aos que puderem pagar, a chance de ver com os próprios olhos o planeta redondo e azul, girando em sua órbita celeste.
É o ser humano se superando na sua sede insaciável de conhecimento, de novas descobertas, de ultrapassar todas as fronteiras. A partir de agora, o infinito é o limite, não só para os astronautas, mas para os mortais ricos também.
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