Registros escritos por Antonio Penteado Mendonça
A estupidez é infinita
Enquanto Israel e Hezbollah se bombardeiam mutuamente, mostrando que não há vontade pra valer de se chegar à paz no Oriente Médio, alguns imbecis de carteirinha ateiam fogo na vegetação seca, no interior paulista. Nos dois casos predomina a estupidez humana, que, se você ainda tem dúvida, é infinita. O…
O primeiro começo
[Crônica de 21 de agosto de 2003] Cada vez que eu vejo a serra do Mar, o paredão que ela é, a forma íngreme e dramática que com que se debruça sobre o litoral, espremido entre o mar e suas encostas a pique, fico imaginando como os primeiros portugueses se…
A Santa Ferraz de Vasconcelos
[Crônica de 2 de agosto de 2002] A igreja não gosta muito de investigar milagres. Neste assunto, é melhor o boato do que o fato. Enquanto a história se resume a estórias, é fácil não se fazer nada, e deixar a fé aumentar, divulgada pelas palavras dos crentes – que…
O jogo do poder
[Crônica de 3 de junho de 1998] Poder, poder… Poder voar! Sair do chão sem avião ou asadelta, erguer-se bem alto e ver o mundo do alto, pequeno como uma cidade de bonecas, onde a correria da vida passa como num filme, distantemente amiga, despertando sensações ternas que trazem lágrimas…
Com certeza, há mistério
Com certeza, há mistério. Por que o trem que vai da Estação da Luz até o Aeroporto de Guarulhos corre sobre um corredor elevado de concreto em vez de seguir pelo chão praticamente plano, que caracteriza o solo do percurso? Não faz muito sentido. Há de haver uma explicação mais…
O começo do colégio
[Crônica de 17 de abril de 1999] Em 1549, vindos com o governador geral Tomé de Souza, os jesuítas chegam ao Brasil e instalam-se na Bahia, de onde iniciam uma obra hercúlea, com reflexos até hoje na vida brasileira. O seu chefe é um homem extraordinário, responsável por muito de…
Nem sempre
Nem sempre o que parece que é, realmente é. Pode ser que sim, pode ser que não. Tudo depende de forças desconhecidas, vindas em ondas, sabe Deus de onde ou por quê. Antes é cedo, depois é tarde. A hora é a hora. Se o carro saísse um minuto antes…
O centro velho de noite
O Centro Velho de noite assusta, dá medo, faz as pessoas pensarem duas vezes, até para atravessar uma simples rua e chegar no estacionamento atrás da Faculdade de Direito. Eu sei por que fui lá. Fui à Faculdade de Direito do Largo de São Francisco participar de uma homenagem ao…
A poesia da vida imitando a arte
[Crônica de 5 de novembro de 2001] Às vezes, sem querer, a vida imita a arte e é belo ver o resultado. Outras a vida copia a arte, deliberadamente, por uma ação de vontade humana e é muito mais belo. A vontade de fazer, de acertar, de recriar na vida…
Volta ao passado
Anos atrás, São Paulo era conhecida por ter as quatro estações do ano num único dia. Fazia frio, depois calor, depois chovia, depois esquentava, o céu ficava azul e assim sucessivamente, durante os meses que deveriam ter dias definidos, mas que não tinham. Foi também a época em que a…