Em pleno dezembro
Dezembro é mês sério. Quer dizer, em dezembro as coisas adquirem um ritmo mais acelerado, quem sabe por ser final de ano, as pessoas estarem cansadas, o Natal exigir muito de cada um e o ano novo estar batendo à porta.
Pode parecer contraditório, afinal, o Natal pressupõe solidariedade, paz na terra e boa vontade entre as pessoas.
Mas não é. Em dezembro, as agruras e sombras do ano já cobraram sua parte da paciência e dos nervos de cada um. O ano não foi fácil – aliás, nunca vi ano fácil –, mas este foi particularmente complicado.
As coisas andaram no passo do urubu malandro, faziam que iam e depois não iam, mas, entre mortos e feridos, deu pra muita gente se salvar.
Nem todos tiveram sorte. Muitos estavam no lugar errado, na hora errada. Isso não tem nada a ver com competência, mas pode lascar a vida de um homem ou de uma mulher.
Tanto faz, é assim que o mundo foi feito, é assim que o mundo gira, é assim que as coisas acontecem.
Pode mais quem chora menos. Ou quase. Nada é definitivo, nem taxativo. Há mais incertezas entre o ir e o voltar do que imagina nossa esperança no futuro.
O fato é que estamos em dezembro. Não poderia ser diferente, até porque novembro acabou e janeiro ainda não chegou, então nossa única chance, a única verdade, neste momento, é o mês de dezembro, com todo seu peso, sua realidade e a saudade de algo que não foi vivido, mas bate no peito de todo mundo.
Antes era cedo e não sei se agora já não é tarde. Tanto faz, estamos em dezembro, com o cansaço de quem chegou em dezembro, e a única possibilidade é a quase certeza do Natal e do ano novo. Amém!
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