O óbvio absolutamente óbvio
Quem achou que dava, que não seria tão ruim assim, deu com a cara na porta, ou no guard-rail. Foi pior, continuará sendo pior e não há nada que melhore o drama, pelo menos até depois de algum governador decidir que é hora de começar a fazer estradas.
Um antigo governador, que virou presidente da república, dizia que governar é abrir estradas. A máxima ficou no meio do caminho, em algum mato fechado que deveria virar estrada, mas não virou.
Desde a década de 1990 não se constrói nada novo na malha rodoviária do estado. Algumas rodovias foram ampliadas, outra apenas dobradas e boa parte recebeu a terceira faixa nos locais mais problemáticos.
Ninguém se preocupou com uma nova rodovia para o litoral sul ou outra para o litoral norte. O máximo do avanço foi duplicar a Rodovia dos Tamoios e a obra não está pronta.
No desespero, alguns motoristas começaram a viajar para o litoral sul descendo pela Regis Bitencourt, que se tornou uma alternativa interessante, especialmente para fugir dos congestionamentos que entopem o Sistema Anchieta/Imigrantes.
Nestes anos sem estradas novas, a frota paulista multiplicou algumas vezes, não só na capital, mas em todo o estado. E a turma gosta de viajar.
Com pouca capacidade de tráfego à disposição de mais de vinte e cinco milhões de veículos, não tem como ser diferente.
Tem muita gente que ficará cinco, seis ou mais horas se arrastando pelas rodovias para andar pouco mais de cem quilômetros.
Pode mais quem chora menos. Seria fantástico se o estado colocasse à disposição de seus cidadãos uma frota de helicópteros como o que o governador que acaba de sair gostava de usar. Pena que sonhar é bom, mas na prática não dá. Se já não parou, na próxima viagem você vai parar.
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