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25 de janeiro de 1554

A única certeza que os documentos históricos sobre o tema dão é que São Paulo não foi fundada em 25 de janeiro de 1554. De acordo com as cartas e documentos dos próprios jesuítas, os maiores interessados no assunto, em 25 de janeiro de 1554 aconteceu a inauguração do novo prédio da escola da Ordem, no Planalto de Piratininga.

Também não é verdade que a vila foi fundada pelo Padre José de Anchieta. Em 1554, José de Anchieta não era padre. Ele só foi ordenado anos depois.

No dia 25 de janeiro de 1554, o superior dos jesuítas, Padre Manuel da Nóbrega, poderia estar assistindo a missa rezada na rústica construção erguida numa colina próxima de Santo André da Borda do Campo. Afinal ele estava na região.

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Mas o Padre Manuel da Nóbrega, o Provincial dos jesuítas no Brasil, não assistiu à celebração realizada pelo padre Manuel de Paiva. Estava embrenhado no sertão, na região de Itu, percorrendo o Caminho do Peabiru.

Se houvesse a menor intenção de se fundar uma vila, o que requeria atos formais, com certeza Nóbrega estaria em Piratininga, mas na Vila de Santo André da Borda do Campo, instalada fazia vários anos.

A vila de São Paulo de Piratininga foi criada em 1560, por ato do Govenador Geral do Brasil, Mem de Sá, a pedido de Manuel da Nóbrega e João Ramalho, que, diante do despovoamento do Planalto de Piratininga, decidiram unir os moradores de Santo André da Borda do Campo e do entorno do colégio dos jesuítas num único local, onde os menos de 30 brancos e os poucos índios que não haviam partido teriam melhores chances de defesa.

Por que se aceita que a fundação de São Paulo foi em 25 de janeiro de 1554? A resposta é que, lá atrás, o brasileiro já não gostava de história.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.