O problema é o achismo
Quem acha vive se perdendo. Uma antiga anedota de humor negro da década de 1970 dizia que fulano tinha um amigo que achava, acharam ele e está desparecido até hoje. A verdade é que achar não leva a nada, a não ser a cometer tolices e fazer besteiras. Quem sabe, sabe, não acha; quem acha não sabe e o duro é que imagina que pode tocar em frente, com tudo de ruim que o achismo traz em si.
A inquisição achava que sabia das coisas e que falava com Deus. O resultado foram milhares de hereges e judeus queimados para iluminar as noites de Madri.
Os protestantes achavam que seu Deus era melhor do que o Deus dos católicos, que achavam que seu Deus era melhor do que o Deus dos protestantes. Apesar do Deus ser o mesmo, se mataram, com requintes de crueldade, durante séculos.
O rei da Bélgica achava que podia mandar matar e mutilar milhões de congoleses e isso aconteceu em pleno século 20.
Os europeus achavam que eram melhores do que os chineses e exploraram deslavadamente a China, como se não fosse com eles.
E fizeram o mesmo com o resto do mundo, incluída a América Latina.
Os comunistas russos achavam que tinham que alimentar as cidades e para isso mataram de fome mais de 20 milhões de camponeses.
E os chineses de Chang Kai-shek jogavam os comunistas nas caldeiras das locomotivas porque achavam coisas diferentes.
As duas guerras mundiais mostram o resultado dos achismos estúpidos dos povos civilizados da Europa. E por aí vamos.
É por isso que eu tenho pânico de quem acha que tem as soluções para o Brasil. O Brasil não precisa quem ache, precisa quem sabe e faz.