É hora de baixar o fogo
Não dá para marido e mulher viverem assim, imagine uma nação do tamanho e complexidade do Brasil.
É hora de baixar o fogo. Fazer uma reflexão do que queremos e mudar a postura diante dos fatos, ainda que estes fatos nem sempre surjam com a transparência necessária para serem bem entendidos.
Não é na porrada que se ganha alguma coisa. No máximo um olho roxo, mas a essência, com briga a pau ou não, não se resolve, nem se limita a meia dúzia de ofensas, a maioria dita bem longe do ofendido.
O problema é que os desmandos ideológicos se espalharam pela rotina da nação e muita gente acha que pode qualquer coisa, desde que leve vantagem com isso.
Se é honesto ou não é um mero detalhe. A corrupção no Brasil é muito mais profunda e está tão arraigada no dia a dia que as pessoas não percebem mais que dar dinheiro para o garçom trazer mais uísque numa festa é, guardadas as proporções, a mesma coisa que uma empreiteira dar dinheiro para levar uma obra.
A distorção é tão séria que alguém ser condenado e preso deixou de ser razão para se considerar que não pode assumir como parlamentar. Afinal, o que tem ser preso? É uma pergunta que merece reflexão.
Mas a questão mais grave é o grau de intolerância das pessoas. Tudo que não for a favor é pecado, como se o Cristo tivesse descido à terra e redefinido a moral nacional. Tanto faz o lado, as pessoas brigam por causa de opinião política ou por criticar fulano ou beltrano.
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Não dá para seguir assim. É hora de quem dá exemplo pensar no que está fazendo. Não tem como ser diferente. Mas também é hora das pessoas comuns, os cidadãos de bem, baixarem a bola. Ninguém consegue viver num clima tão pesado como está o Brasil. Vamos somar e viver melhor.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.
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