Negociar é uma arte
Tem gente que entende que negociar é comércio, compra e venda, acerto, entrega, pagamento, prazo, prestações, etc. Sem dúvida nenhuma, tudo isso faz parte de uma negociação, mas negociar é muito mais.
Negociar é tudo que envolve duas ou mais pessoas, começando pelo seu espaço no mundo. Na vida, tudo é negociado.
Mamar no peito da mãe é uma negociação. Pode parecer loucura, mas pense um pouco: de um lado a mãe dando o seio; de outro, a criança buscando o seio. Se não houver um acerto, portanto, uma negociação, seio e boca não se encontram, a mãe não amamenta, nem o filho se alimenta.
A regra vale para tudo. Para o café da manhã, para almoçar, jantar e dormir. Em todos estes atos há uma negociação que os precede, que os viabiliza, que os torna interessantes, que traz um benefício ou até uma vantagem decorrente de uma troca.
Não, não se trata de compra e venda. Ninguém compra ou vende amor, mas todos que realmente amam repartem o amor, as sensações que compõem o amor, que dão vida e cor ao amor, que justificam e encantam, que fazem à vida uma aventura que vale a pena, num único instante de absoluta felicidade.
Troca é negociação. A entrega é uma negociação. A mão estendida pressupõe a proposta de uma negociação. Cada gesto, cada omissão, cada complemento traz em si a semente da negociação.
Mas negociar é uma arte. Não adianta fazer por fazer. Na vida, quem faz por fazer não faz nada e acaba sozinho. Negociar, neste mundo, no dia a dia, nos grandes e nos pequenos momentos é uma arte.
Arte que se aprende, que se treina, que se aperfeiçoa com a sensibilidade e a vivência, com a vontade de fazer bem feito, com a capacidade de compreender o quadro e se soltar nele de corpo e alma.