O que é arte?
O que é arte? Como definir o que é arte e o que não é? Só a opinião de quem se diz entendido evidentemente é pouco. Basta lembrar que, durante toda sua vida, Van Gogh vendeu uma única tela, comprada por seu irmão para ajudá-lo.
Quanto vale um Van Gogh hoje? Alguns que foram leiloados atingiram a casa da centena de milhões de dólares. Mas os realmente valiosos, as grandes obras primas, que estão nos museus ou em coleções particulares tão importantes quanto os museus? Será que uma tela dessas tem preço?
Quantos artistas de talento impressionante não tiveram chance de mostrar seu trabalho e por isso ficaram reduzidos a um grupo muito restrito? Quantos escritores geniais nunca forma publicados?
Quanta música boa não teve visibilidade nas rádios da vida?
Quanta coreografia ficou apenas nos ensaios dos corpos de baile que, por uma razão ou outra, nunca as montaram?
Diz a tradição que temos seis artes. A dança, a literatura, o teatro, a música, a pintura e a escultura. A elas, no século passado, se somou mais uma: o cinema.
Mas o que é arte, a começar pelo cinema? Será que “O ano passado em Marienbad” hoje faria o sucesso da década de 1960? Será que alguém se lembra de tantos filmes da década de 1950, tidos por obras primas?
Pois é, será que a Vitória Samotrácia, no alto da escadaria do Louvre, seria tão impressionante se não tivesse perdido a cabeça? Será que a Vênus de Milo seria maravilhosa se tivesse os braços? Será que um pôr do sol não é uma obra prima além da capacidade do artista mais capaz.