Muito tempo atrás
Faz tempo que São Paulo anda pelo planalto, correndo de um lado para o outro como quem não sabe o que quer, ou como quem pretende seguir sempre em frente, perseguindo sonhos que arrancam nações de dentro de continentes.
Desde 1532, a então pequena vila de Piratininga já corria pelos campos do planalto, se mudando poucos anos depois da fundação, com Pelourinho e Conselho para Santo André da Borda do Campo.
E na sequência, em 1560, juntava forças com o Colégio dos Jesuítas para fazer frente ao abandono que tornava deserta a nobre área onde estava instalada.
É aí que nasce a vila de São Paulo. Antes foi vila de Piratininga, de Santo André da Borda do Campo, e colégio de padres. Sempre com o mesmo Pelourinho, a partir de 1532.
Daí pra frente durante 200 anos não foi, nem voltou. Ficou estática, esperando a volta de seus maiores perdidos nas quebradas do sertão.
De todos os sertões varados de norte a sul, pelas bandeiras e monções que abriram 4 milhões de quilômetros quadrados para o europeu deslumbrado pelo ouro e pelos diamantes jorrando da terra.
Até que outra riqueza a fez se mover de novo. O café ampliou as fronteiras da vila, a transformou em cidade, depois em metrópole, para acabar como a quarta maior área urbana do mundo, sempre correndo para frente, resgatando a vocação original.
Que importa se o ontem é uma tapera e o hoje já está velho? O importante é seguir em frente, criar distâncias e aproximá-las. Abrir horizontes e os fechar com a perspectiva dos prédios. Seguir em frente, sempre, sem discutir ou duvidar, porque este é o seu destino.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.