Bicicletas e bicicletas
Aos poucos as bicicletas vão se tornando figura comum na paisagem urbana da cidade grande. Cada vez mais as vemos nas ruas, nas praças e até nas estradas, com ciclistas de todos os tipos, vestidos de todos os jeitos, pedalando magrelas de todas as cores e marcas, como se as ruas fossem suas e as pistas estivessem sempre livres para sua vontade.
Depois das motos, agora chega a vez das bicicletas. Que importa se a cidade não foi feita para elas e os motoristas simplesmente não têm paciência?
Que importa se o chão é o limite e a morte um instante de esquecimento que passa rápido feito o carro que você não viu, mas que o deixou no chão, arrebentado e sangrando?
As magrelas, como o nome diz, são pequenas e frágeis dentro do trânsito carregado de veículos maiores do que elas. Por isso são mais perigosas que as motos e olha que muito motoqueiro morre todos os dias, sem perceber o que aconteceu com ele.
As bicicletas são ecologicamente corretas e fazem bem a saúde. Pedalá-las é um exercício saudável, que ajuda o corpo e a mente.
Quer dizer, pode ajudar. Ou não, se o ciclista se esquecer de que é o lado mais fraco em qualquer equação. Ou, em outras palavras, que não importa estar certo quando a outra parte é uma estrutura de metal em alta velocidade e sem vontade de parar.
Pedalar é um prazer e não tem razão para se transformar em pesadelo. Pedalar uma bela bike pode ser uma viagem maravilhosa e inesquecível, um lindo programa na vida de qualquer um de nós. Mas pode virar um desastre, se o ciclista não se lembrar que a cidade não foi feita para ele, e que nas ruas pode mais quem chora menos.
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