O vizinho chato
Por que será que em todo condomínio, mais dia menos dia, aparece um condômino chato, metido a esperto e querendo levar vantagem em tudo?
É uma situação infernal, que, normalmente, até amansar a fera leva tempo e desgaste, além de uma dose grande de amolações de todos os tipos, desde o trágico bate-boca, até quase chegar na pancada, a chamada “vias de fato”.
Seria tão mais fácil as pessoas de bem se entenderem, tocarem a vida de comum acordo, todos somando para o bem comum, para uma existência mais fácil, tentando facilitar as dificuldades normais da vida cotidiana na cidade grande.
Mas não. Sempre aparece um estafermo, com forte tendência a macho latino americano, à conquistador de donzelas ou a outra tolice no gênero, disposto a ser esperto e dar o golpe em cima de quem respeita as normas e tenta levar as coisas numa boa, negociando em vez de brigar, ajeitando em vez de peitar, conversando em vez de gritar.
O duro é que aí o pentelho descobre que os outros não têm medo dele e que é ele quem está com medo; seja por um motivo, seja por outro, desde o pânico físico de apanhar do Ricardão do prédio, sujeito calmo, mas estupidamente forte que não quer desaforo com quem ele gosta; até uma ação por danos morais, cobrando explicações para ataques pessoais feitos na base da mais deslavada mentira.
Ah, como seria melhor não ter esta figura carimbada entre os moradores do prédio. Ser como era antes, quando todos se conheciam e a vida fluía numa boa, todos interessados no bem do condomínio. Ah, como esse cara podia ir para o quinto dos infernos!
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