O nome de Louveira
Eu cresci andando a cavalo pela região de Louveira. Foi lá, no começo do século 20, que meu bisavô comprou alguns sítios que se transformaram numa fazenda, que, 4 gerações depois, voltou a ser sítio, mas preservando a grande casa da sede, reformada para ficar como está no final da década de 1920, com a missão de abrigar os 9 filhos do dono original e mais todos os seus amigos.
E ela fez isso durante toda sua vida de fazenda, na geração de meus avós, na de meu pai e na minha; e continua fazendo depois que voltou a sítio, com meus primos lotando o enorme casarão, que é uma das sedes de fazendas mais bonitas do estado de São Paulo.
Quando eu era menino, ela era uma fazenda de quase 200 alqueires, com café, uva e eucalipto como culturas principais. Também tinha gado de leite e a cavalhada descendente de um haras, além de outros animais vindos das mais diversas regiões do estado.
Era bom cavalgar pelas estradas de terra. Era bom e seguro, tanto que um bando de meninos saia de Louveira e ia para Campinas, para Jundiaí, para Itatiba ou para Itupeva, sem maiores preocupações dos pais.
Sempre andei por lá e sempre soube que a região devia muito ao Dr. Pereira Barreto, que incentivou a plantação de uvas em seu solo de terra amarelada, mas nunca soube porque se chamava Louveira. Isso eu só descobri agora, depois de meu pai ter saído da sociedade há muito tempo, e desde então eu nunca mais ter cavalgado pela região.
Segundo um livro muito interessante, que me foi dado de presente pelo Dr. Carlos Haddad, da Imprensa Oficial, o nome Louveira é, na versão mais aceita, uma homenagem a um homem chamado Gaspar de Louveira que teria fundado a vila original.
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