Saudades da Eletropaulo
No móvel do bar do apartamento do Guarujá tem uma caneca de chope na qual está escrito: Saudades de Lindoia. Me lembrei dela porque outro dia senti uma enorme saudade da Eletropaulo.
Enquanto a Eletropaulo foi viva e distribuiu energia para São Paulo, considerei a Eletropaulo uma das piores empresas do país, capaz de fazer frente à CET no concurso da mais incompetente empresa nacional.
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O tema só não foi pra frente porque a CET, vendo o risco de ser desbancada, tomou as providências necessárias para se tornar ainda mais incompetente e desmotivou a Eletropaulo, que desistiu da empreitada.
Conversando sobre o Brasil com o escritor Leandro Karnal, ouvi dele que na época colonial havia um ditado que dizia: Meu sucessor me fará grande. Algo muito próximo do que disse Napoleão Bonaparte ao ser perguntado se não tinha medo de sua imagem no futuro.
Mais uma vez a história se repete. Que saudade da Eletropaulo… Com ela éramos felizes e não sabíamos. O fracasso de ontem é sucesso hoje. E é sucesso porque quem veio depois é muito pior, mas muito pior mesmo.
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Faz tempo que fico horrorizado com a incompetência da nova distribuidora de energia de São Paulo. É tanta incompetência que um amigo mais esperto jura que não é incompetência, jura que é de propósito para ganhar mais dinheiro. Como não faz manutenção, nem investe no atendimento dos acidentes, nem se preocupa com o consumidor e não tem medo do governo, leva cada possibilidade ao extremo, com tudo de bom que isso quer dizer para ela.
Pode mais quem chora menos. Pondo a culpa nas árvores, ela faz a festa. Quando os acidentes acontecem, manda equipes menores do que as necessárias e a população que fique no escuro. Ela não vai mandar mais gente para consertar rapidamente o que está estragado. Isso custa caro.
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