Beleza paulistana
Quem foi que disse que São Paulo é triste? Quem foi que disse que São Paulo é feia? Só pode ter sido alguém que nunca viu o pôr do sol da cidade. Pôr do sol que se espalha por toda a cidade e a deixa mais bonita, com cara de cenário de filme, com o horizonte profundamente vermelho, desmaiando em volta e colorindo o céu, criando um quadro impressionista que nenhum Van Gog conseguiria pintar.
O pôr do sol em São Paulo é grandioso. Tem a dimensão da cidade estendida para todos os lados, saindo do pequeno largo do colégio, tomando as várzeas e as serras, até além do horizonte onde o sol desce lentamente, numa bola de fogo incendiando o universo.
Cidade Universitária, Barra Funda, Pacaembu, Alto de Pinheiros. Diferentes regiões com diferentes pores do sol, todos deslumbrantes, amplos e infinitos, como meu amor por você.
Todos profundos e ardentemente vivos, como meu amor por você. Como minha saudade quando não tenho você.
Cada tom de vermelho tomando o sol é um pouco de meu sangue circulando fora de meu peito, apaixonado pela cidade, pelo sol, pelo pôr do sol e pela tua presença.
Sensação de fusão. Encontro de ventos cósmicos atravessando o espaço e trazendo na poeira a saudade dos dinossauros petrificados, das estrelas engolidas pelos buracos negros, pela angústia do primeiro milionésimo de segundo, depois do Big Bang.
O pôr do sol de São Paulo tem alguma coisa de mágico, de lúdico, de porta para todas as possibilidades, chamando num sussurro para a viagem sem volta. Para o mergulho. Para a entrega. Acima de tudo, para o encontro e para troca.
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.