Se não mudou, vai mudar

Conversando com um amigo meu sobre a mudança no Ministério da Saúde, eu disse que, pelas declarações do novo Ministro, ficava tudo como estava, afinal, antes de começar, ele já afirmava que a gestão era do Presidente e que o ex-Ministro Pazuello tinha feito grandes avanços no combate à pandemia.

Quadro desanimador, que o meu amigo repintou respondendo: muda sim. O simples fato dele mudar o Ministro da Saúde mostra que ele está incomodado. E não é pela pandemia, é pelo Lula. Tem um fato novo no jogo.

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É verdade, a saída do especialista em logística não é apenas a substituição de um incompetente, é muito mais, é a tentativa de tapar o sol com a peneira, colocando no seu lugar alguém que, se não é técnico em logística, é o presidente de uma associação médica de respeito.

No mais, fica tudo como estava. Não temos vacina. As declarações do ex-Ministro são tão confiáveis quanto os demais números citados por ele ao longo de sua passagem pelo Ministério. Ele nunca mostrou um contrato assinado com um único laboratório. E, como ele mesmo disse, as vacinas importadas não são certas. Certas, apenas as fabricadas pelo Butantan, que o grande capitão disse que iriam transformar quem as tomasse em jacaré.

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Entre mortos e feridos, mais de trezentos mil brasileiros morreram e Sua Exa. nunca mostrou a menor compaixão por eles e pelas suas famílias. Ao contrário, seu grito de guerra: “cloroquina neles!” é um escárnio e uma falta de respeito.

Esse meu amigo é dos homens bem-informados do Brasil. Segundo ele, ainda vem muita coisa pela frente e o quadro deve piorar bastante. A grande pergunta é quanto… Ninguém tem condição de prever os próximos sessenta dias. Imagine fazer previsão para o ano inteiro. A única certeza é que, antes da vacina chegar, ainda vai morrer muita gente.

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