Não tem solução?
Dizia minha avó Sara que, o que não tem solução, solucionado está. No tempo dela era verdade, hoje é mais complicado e aí invoco outra frase dela: qual será o final disto tudo? A resposta é: ninguém sabe.
O que se sabe com certeza empírica e científica é que as pessoas não aguentam mais. Que chegou no limite, que o fim dos tempos e a vontade de “não se sabe o quê” é torpedeada pela obrigação de ficar em casa, trancado, isolado, sem poder sair, sem poder encontrar as pessoas, matar a saudade; sem chance de fazer qualquer coisa que não seja usar uma máscara, que esconde o sorriso e faz mais difícil reconhecer as pessoas.
Quem sabe, sabe que “quem não tem cão fica no mato sem cachorro”. É como nós estamos, é como o mundo está, e não adianta achar que não, está ruim e vai piorar.
Cada vez que alguém anuncia que as coisas estão mudando, em seguida descobrimos que é para pior. Tem vacina? Não tem vacina? O fato é que, com raras exceções, o mundo vai mal e os países vacinam em ritmo menor do que se esperava. Isso quando tem vacina, o que também não é uma certeza, no Brasil e em várias outras partes, começando pela adiantada União Europeia.
O Brasil tem capacidade de vacinar muita gente todos os dias. Somos tidos como uma das nações mais eficientes na vacinação em massa da população. O que nós não temos é vacina. Em compensação, temos tédio de sobra, aglomerações de sobra, falta de respeito de sobra e incompetência de sobra. Além disso, temos muita bobagem dita de todo os lados, por gente que deveria ficar quieta e trabalhar melhor.
Gostaria de levar os que acham que a pandemia é uma gripezinha a conhecer uma UTI de covid. Garanto que sairiam de lá com outra visão do mundo e da vida e com uma enorme vontade de se vacinar.
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