A maldade tem cara
A maldade tem cara. Pode ser vista nas ruas da cidade, nas centenas de cães abandonados correndo pelas ruas ou encolhidos num canto de muro, com medo, sem destino, sem entender o que acontece, sem saber do dono que andava ao seu lado.
O que leva alguém a maltratar animais está além da compreensão humana. No entanto, acontece com muito mais frequência do que imaginamos.
Animais presos em cordas e correntes, sem comida e sem água ou trancados em cômodos escuros e sem ar são libertados todos os dias, mas não dão notícia na imprensa porque existem outros fatos, ações piores ainda, que ocupam os espaços.
Graças a Deus existem organizações e pessoas que procuram minimizar os estragos e se encarregam de tentar recuperar os animais, que vão muito além de cães e gatos, chegando a leões e outros animais de grande porte, encontrados maltratados, muitas vezes quase mortos, marcados pela violência de um boçal sem qualquer noção de piedade.
Mas mais terrível são os animais abandonados. O que leva alguém que tem um animal de estimação a se desfazer dele, normalmente o soltando num lugar distante de sua casa, para que o bicho não encontre o caminho de volta?
É uma pergunta apavorante. E que é feita várias vezes por dia, por dezenas de pessoas que encontram animais abandonados, zanzando sem rumo pelas quebradas da cidade.
O que leva um ser humano a fazer isso? Eu não tenho a resposta, mas tenho certeza de que alguém que abandona um animal é alguém que tem muito mais chances de matar uma pessoa, maltratar uma criança, bater numa mulher ou de alguma forma fazer mal ou torturar um ser humano.
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