Trens
Quando nós éramos meninos, pegávamos o trem na Estação da Luz e descíamos na estação de Louveira, onde a charrete nos esperava para nos levar para a fazenda.
A primeira vez que fui para a Europa, andei de metrô em Paris e Londres, mas não andei de trem. Depois, o trem se tornou um meio de transporte bom e barato para cruzar a região de um lado para o outro.
Quando morei na Alemanha, viajei regularmente de trem por quase todo o país e boa parte da Europa, inclusive comunista. Confesso que a única viagem que, depois de um tempo, me deixava cansado era de Hamburgo para Munique, atravessando o país de norte a sul. Era longa, demorada e monótona, mesmo com os trens viajando a mais de cem quilômetros por hora.
O bom dos trens europeus é que para eles não tem tempo ruim. Eu nunca tive problema por causa do inverno e das tempestades de neve que fecham as estradas de rodagem.
Nos Estados Unidos, viajei algumas vezes entre a Filadélfia e Nova Iorque. É uma viagem rápida e mais interessante do que tomar um avião para ir de uma cidade para a outra.
Também viajei de trem pela América Latina. Fui de Buenos Aires para Bariloche e depois de Puerto Mont para Santiago, no trem mais sofisticado que eu já viajei na vida. Esse trem era coisa de cinema. Vagão antigo, de madeira, com cabines fechadas, mobília sofisticada, lustres trabalhados e banheiro privativo, nele a viagem era mais que uma aventura pelo continente, era um prazer e uma volta ao passado, quando os trens tinham outra concepção, preservada pela ferrovia chilena.
Mas, para mim, tanto faz o trem. Todos têm sua magia e, de vagão de metrô para fora, valem a experiência. Andar de trem é muito bom.
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