Todo dia é Dia dos Namorados
Dia doze de junho é o Dia dos Namorados. Mais uma convenção, interessante, porque é esperta e simpática, as duas coisas ao mesmo tempo. Esperta porque induz o amado comprar um presente pra amada e vice-versa. E simpática porque melhor do que ganhar um presente, só dar outro. Ainda mais pra mulher amada.
Mas é aí que a porca torce o rabo. Será que quem ama precisa dia para dar presente? Será que todos os outros dias do ano não são tão bons como o doze de junho, pra quem ama dar um presente para a pessoa amada?
Será que se lembrar dela num dia comum, sem anúncio e sem banda, não é mais e melhor do que dar o presente exatamente no Dia dos Namorados?
Será que para quem ama todos os dias não são Dia dos Namorados? Será que o Dia dos Namorados, o dia doze de junho, tem alguma química que faz com fique diferente de qualquer outro dia em que quem ama externe o seu amor?
Não sei, mas acho que não. Pelo menos para mim qualquer dia é Dia dos Namorados. Qualquer hora é uma boa hora para dizer que eu amo a mulher amada. Todo momento um bom momento e um bom pretexto para dar um presente.
Tanto faz se é muito cedo, ou muito tarde. Tanto faz se tem porquê ou não tem porquê. Cada minuto é único e tem tanto mistério e tanto encanto, que até o universo fica pequeno perto da intensidade do gesto mais banal, de um olhar quente, de uma palavra mal sussurrada.
Cada dia é um dia diferente. Cada instante um microcosmo. Cada gesto uma aventura, um descobrimento, uma entrega.
Que todos os dias da vida sejam Dia dos Namorados, para que a cada dia, cada amanhecer e cada anoitecer, todos os dias, ano depois de ano, eu possa continuar amando mais e mais a mulher amada. E que às vezes, eu tenha vontade de lhe dar um outro presente, só pra lhe lembrar o tamanho do meu amor.
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