O céu é o limite
A criatividade dos bandidos não tem limite. Quando você imagina que depois do último golpe não tem mais nada para ser inventado, no dia seguinte você ouve dois ou três novos golpes aplicados, com mais ou menos sucesso, em gente conhecida.
Do velho e ainda eficiente telefonema com alguém fingindo que foi sequestrado e pedindo dinheiro, passando pela variante em que alguém se passa por parente em dificuldade, pedindo dinheiro, a cada dia que passa a sofisticação aumenta e novas formas de crimes entram em cena, surrupiando o dinheiro de milhares de pessoas que, por uma razão ou outra, caem no golpe e abrem a carteira para os malandros fazerem a festa.
Alguns são muito bem elaborados e levam a vítima na conversa, seguem com jeito, com voz e discurso de atendente de zero oitocentos de banco, e vão tirando as informações necessárias para invadir a conta e sacar o que tiver lá.
Ou se passam por funcionários das administradoras de cartões de crédito e seguem o mesmo roteiro para chegarem nas senhas dos cartões e fazerem compras nos sites mais inesperados, boa parte fora do país.
Tem também os que recorrem à violência e não hesitam em estourar o vidro de um automóvel para roubar o celular em cima do banco ou no suporte preso no vidro. De posse do aparelho, invadem os programas, descobrem as contas e as senhas e fazem a festa.
O fato é público e, por conta disso, gera relações de consumo interessantes. Até que ponto o banco pode se recusar a ressarcir o dinheiro sacado de uma conta corrente? Se o banco sabe que os golpes proliferam na velocidade da luz, cabe a ele tomar as providências para garantir a proteção de seus clientes. Afinal, dinheiro não fica em banco porque o banco é bonito. Entre outras razões, fica porque deveria ser seguro.
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