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O que foi o 9 de julho

Em 1932 o Brasil era um país completamente diferente da nação atual. Essencialmente agrícola, a nação dependia do café, do açúcar e de outros produtos da mesma natureza para sua sobrevivência. O processo de industrialização era tímido e se restringia praticamente ao estado de São Paulo, e ao Rio de Janeiro, então Capital Federal.

Até 1930 o governo federal era praticamente privilégio do Partido Republicano, com ênfase, em suas unidades paulista e mineira, que, por um acordo de lideranças, alternavam a indicação do presidente da república, cabendo a cada um o mandato seguinte.

Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas, com forte apoio do pelo Partido Democrático de São Paulo, toma o poder e quebra a hegemonia do Partido Republicano, instalando uma ditadura que deveria modificar o perfil da nação, com novas regras para a política nacional.

O problema é que entre a teoria e a prática a distância é grande. E Getulio não fez o que prometera. Ao contrário, centralizou o poder. E passou a tratar São Paulo como um inimigo vencido e não como um aliado indispensável para custear o progresso do país.

São Paulo sempre gozou de grande autonomia. A interferência de Getulio Vargas entregando o governo do estado ao “tenente” João Alberto foi mal recebida. E os atos praticados pelo novo interventor não melhoraram o clima.

Os paulistas sentiram seu progresso e modo de vida ameaçados. E reagiram. A revolução deflagrada em 9 de julho de 1932 foi o último capítulo desta reação. Um capítulo heroico, mas desde o início fadado ao fracasso. São Paulo não tinha como vencer pelas armas. Perdeu. A vitória veio depois, com a criação da USP e a industrialização do estado.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.9

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.