Os pedestres
Os pedestres, mesmo parecendo, não são pinos de boliche, para serem derrubados num strike. É verdade que às vezes eles fazem força para ajudar o motorista a conseguir a façanha, mas, de qualquer forma, eles não são peões de boliche e por isso não devem ser derrubados como acontece com os peões naquele jogo.
Os pedestres são na imensa maioria das vezes seres humanos, o que não quer dizer que sejam sempre inteligentes, nem que façam o que se espera de um ser humano.
Aliás, o que se espera de um ser humano? Dando uma olhada nas coisas que já vi serem feitas, tenho sérias dúvidas do que se pode esperar, ou, colocando melhor, tenho certeza de que pode se esperar tudo, de todas as formas, em todas as horas, de quase todo mundo.
E os pedestres não são a exceção que confirma a regra. Eles são a regra.
É só um semáforo ficar vermelho para eles, para saírem correndo, tentando passar antes dos carros. É completamente indiferente se os carros são feitos de lata ou não, eles vão e o carro que se dane, tanto faz de que cor o semáforo está.
Um pedestre é só um pedestre. Assim, é função dos motoristas serem um pouco mais do que “só um motorista”, porque se a coisa parar por aí, vai haver cada vez mais menos pedestres.
Por outro lado, seria importante as autoridades encarregadas do trânsito se preocuparem, também, em ensinar os pedestres. Mostrar como se deve atravessar uma rua, que o sinal vermelho deve ser respeitado, que tanto faz se o pedestre vai bater no carro, ou se o carro vai bater no pedestre, quem vai sentir dor será sempre o pedestre.
A verdade é que eles não têm a menor boa vontade com os motoristas que também não têm a menor boa vontade com eles. E o resultado dessa guerra é lógico: entre mortos e feridos, morrem mais pedestres do que motoristas.
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