O espanto da vida

O espanto da vida… todo dia, toda manhã, no sol que nasce único, na imensidão da eternidade, guardado no último recanto do infinito, ao lado da imagem perpetuada no presente da eternidade, dos dinossauros que pastavam na terra, sessenta milhões de anos atrás.

Não há dois dias iguais, nem mesmo semelhantes. O vento é outro, a brisa não sopra hoje, a tormenta entra, vinda do sul, amanhã. O sonho passa pela tua porta na velocidade dos ciclones ou se espreguiça como se estivesse sem pressa, vagando pelo ar com muita preguiça.

Teu sonho é só teu, então teu dia também é só teu. Ninguém sonha o sonho dos outros, nem vive sua vida ou morre no lugar dele.

Cada um é cada um, com tudo de intenso, solidário e solitário que a condição humana nos impõe. Ser humano é diferente, nas percepções, na interação, no respeito ou na falta dele. Somos diferentes e a diferença entre cada um de nós é profunda e inatingível. Por isso, teu dia é só teu e o meu é só meu.

Ainda que se cruzem, se completem ou se enfrentem, cada um é um e não se mistura integralmente, por mais forte que os vínculos sejam.

Quantos bilhões de pessoas acordam todos os dias com dias únicos na sequência do tempo, na velocidade do sol, nas marés puxadas pelas luas, nas regras das mulheres.

E, no entanto, você não sabe nada de quase todos eles. Teu mundo, por mais gente que tenha, tem poucas pessoas dentro da ordem de grandeza da humanidade.

E cada uma delas também é única. Por isso, repartir teu dia, tuas histórias, teu passado e teu futuro faz com que você tenha sentido e dá sentido ao sentido de quem você ama, ou de quem você gosta, do amigo ou da amiga que percorre as trilhas deste mundo caminhando ao teu lado.

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