Um grande passo para a humanidade
Para os meninos de hoje, as viagens do ônibus espacial são rotina e dizem muito pouco, quando não passam desapercebidas, porque não têm mais emoção e se sucedem com frequência, como se fizessem eternamente parte do dia a dia humano.
Mas, quando eu era criança, a conquista do espaço implicava em emoções fortes. De repente, Flash Gordon deixava de ser ficção para se materializar nos foguetes russos e americanos que subiam aos céus, levando primeiro cachorros, como a Laica, e depois homens, para dar a volta do planeta em órbitas fantásticas onde aparecíamos aos seus olhos pintados de azuis.
O primeiro homem a subir ao cosmos foi o russo Yuri Gagarin e a sua viagem extraordinária representou uma vitória impressionante da propaganda comunista em cima dos americanos que eram seus grandes rivais, mas que, nessa época, no final dos anos 50, estavam atrás na corrida espacial.
A virada definitiva do jogo só aconteceu em 1969, quando o homem pela primeira vez pisou o solo da lua.
De repente, ainda que seguindo os passos de um cronograma lógico e rigoroso, estávamos na lua, com tudo de mítico e lúdico que esse voo tinha.
Num dia de julho o homem rompeu a cadeia que o prendia a Terra desde o começo da nossa história; dali para a frente a nova fronteira seria os confins do espaço.
O planeta parou para assistir pela televisão o pouso do módulo lunar na superfície do lua.
Meu Deus do céu, assistir pela televisão o homem andar na lua!
Não bastava o feito fantástico, a capacidade intelectual e a coragem envolvidas, ainda por cima, nós, míseros mortais espalhados pela superfície do nosso planeta menor, tínhamos a chance de ver, ao vivo, pelas telas das televisões ligadas nos 4 cantos da Terra, a história ser feita, no momento em que a história era feita; na marca maravilhosa gravada para sempre – como um padrão real plantado no cosmos – da pegada da sola da bota de um homem na superfície da lua.
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