O nome certo no lugar certo

Quando a gente vê uma autoescola a primeira coisa que passa na nossa cabeça é que mais um barbeiro está se preparando para entrar na briga louca do trânsito nosso de cada dia.

A segunda é que este barbeiro tem uma chance enorme de causar um acidente logo ali, um pouco mais na frente. E a terceira é que a vítima deste acidente pode ser a gente e ai a coisa adquire uma cor mais escura que faz os mais rápidos quererem sair de perto depressa.

Acidente quer dizer um bum como resultado da batida da autoescola na lataria do seu carro novo. Como a batida pode ter intensidades diferentes, o bum também pode ter volumes diferentes, mas, de qualquer forma, é certo que acontecendo a batida, acontece o bum, com tudo de ruim que ele traz consigo, desde a amolação na hora, até o conserto do carro depois.

Só que ter uma autoescola na frente significa mais, significa a certeza de uma lesma fazendo ainda mais lento o tráfego já normalmente lento da cidade durante o dia.

Assim, as autoescolas, além da pintura que deveria ser especial, para ser vista em todas as circunstâncias possíveis e imagináveis; e além do aviso de identificação, com o nome da autoescola escrito em letras garrafais e cintilantes; deveria também ter um aviso específico sobre a ameaça do bum, sobre o risco concreto de você sofrer um acidente por estar próximo do barbeiro aprendendo a ser mais barbeiro ainda.

Pois não é que, de repente, parado no trânsito, eu dei com esta cena de forma inusitada e imprevista?

Bem na minha frente estava uma autoescola, absolutamente dentro do desenho normal das autoescolas, exceto pela placa. A placa da autoescola era “BUM”, mais os números, que eu não me lembro quais eram.

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