2022 – A esperança é a última que morre
2022 será um grande ano. 2022 será um grande ano. 2022 será um grande ano. Três vezes na mosca, uma no prego, 2022 será um grande ano.
2022 será um grande ano. Será e ponto. Não tem razão lógica, não tem indicação, mas 2022 será um grande ano.
Será um grande ano já, daqui a pouco, no meio do caminho e no próximo verão. Não tem como, está nos astros, 2022 será um grande ano.
2022 trará tudo que 2020 deixou para trás, tudo que 2021 prometeu, mas não entregou, tudo que todo mundo sonhou, até o São Paulo ser campeão da Libertadores.
2022 será tão bom que o São Paulo, com seu timeco de fazer time de várzea se sentir grande, será campeão da Libertadores. Previsão do adivinho do grande capitão, o mago leitor de mãos que virou guru econômico e vende milhares de livros em cima de muito marketing feito com extraordinária competência.
2022 será um grande ano. Nele, a água e o azeite vão se misturar, o vinho vai virar sangue e o sertão vai virar mar.
O que importa se tem mais chapéus do que cabeças? O sertão vai virar mar e o Santo Padrinho fará Canudos renascer das águas e sair do fundo do açude onde foi afogado, depois de estar quase esquecido.
Mais vale um sagui no galho do que na minha mão. Pra quem não sabe, macaco tem dente afiado. E morde. Por isso, 2022 com todo o otimismo e muita ilusão, será um grande ano. Os saguis vão morder as goiabas pendura das nos galhos e transformar a Via Láctea numa estrada asfaltada, com pedágio com preços módicos.
2022 será um grande ano. Será a vitória da ilusão sobre a esperança e o calor abissínio vai torrar o cérebro do cão, num fim de tarde de 40 graus.
Com muita cerveja para o ano descer, 2022 será um grande ano.
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