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Avenida Paulista, 130 anos

A Avenida Paulista completou, no fim do ano passado, 130 anos de idade. Ela é a avenida com a cara da cidade. Pelo menos, o paulistano gosta de imaginar isso. Na prática, não é bem assim. Numa média por baixo, São Paulo é bem diferente da Avenida Paulista. No mínimo, mais pobre e mais esburacada.

Ela nasceu grandiosa, aberta no alto do espigão, cortando de lado a lado, por alguns quilômetros, uma imensa área que, na época, era praticamente vazia.

Reta e larga, nasceu imponente e foi rapidamente ocupada pelas casas dos moradores ricos da cidade. Primeiro, plantadores de café; depois, comerciantes, banqueiros, industriais, etc.

Os palacetes erguidos dos dois lados seguiam os mais variados estilos arquitetônicos, o que deu para a avenida, desde o início, um ar especial, exclusivo, aristocrático.

Era ao longo dela que a cidade brincava o carnaval, em corsos, com as pessoas fantasiadas, encarapitadas nos automóveis conversíveis.

Por volta da década de 1950, a avenida começou a mudar, recebeu os primeiros edifícios. O grande marco foi o Conjunto Nacional. Daí pra frente, o processo se acelerou e, na década de 1970, a Paulista se tornou o centro econômico do país.

Até hoje seus imponentes edifícios abrigam empresas de destaque, mas a vocação da Avenida Paulista é ser polo cultural. É lá que estão alguns endereços importantes dessa área, começando pelo MASP, o principal museu da cidade, instalado desde a década de 1960 em seu prédio icônico.

A avenida Paulista respira São Paulo. Por isso, é nela que acontecem os grandes eventos cívicos, as grandes festas, as grandes manifestações. A Paulista é o cartão postal da cidade e o orgulho do paulistano.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.