O prazer da liberdade
Ser livre é sentir o sol que brilha no começo da manhã brilhando dentro da gente. É sentir seu calor crescendo como um abraço bom, como um carinho que esquenta o corpo e a alma.
É escutar o sabiá cantando na palmeira em frente e ter vontade de cantar com o sabiá, assobiar uma musiquinha velha que nos vem à cabeça sem razão ou motivo, e que nos faz sorrir e atrapalha o assobio.
Ser livre é ver o dia. o céu azul, algumas poucas nuvens, o reflexo metálico do sol numa mancha de poluição encravada no céu.
Ser livre é gostar da vida pelo momento em que se vive. não ter ilusões, nem vontades muito grandes. apenas se entregar ao instante e aceita-lo, calmo, como a manhã trazendo o novo dia.
É viver como se respira e sentir as sensações tomarem as veias e correrem pelo sangue, aumentado de intensidade no ritmo do peito embalado pela toada do coração.
É não ter raiva.
É sorrir da mãe que fica brava com o filho que quis atravessar a rua antes do sinal fechar. é achar graça no menino com a mochila nas costas, quase do tamanho dele.
Ser livre é ter tempo dentro da falta de tempo e conseguir perceber a vida que acontece ao lado, espontânea como o riso dos olhos da moça que ganha a primeira flor do primeiro namorado.
Ser livre é guardar os fantasmas nas gavetas da memória e deixá-los lá, até se cobrirem de pó e não assustarem mais.
É acreditar que vale a pena, mesmo quando a cena é escura e a tempestade ruge perto.
Ser livre é tomar a vida e andar de braços dados com ela.
É transformar a tristeza no raio mais brilhante do sol que traz consigo a manhã de um novo dia.
Um novo dia que está em nós fazer feliz.
Que está em nós viver feliz.
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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.