Vida que segue
Ano novo, vida nova. Não, não é por aí. Ano novo, vida que segue. O ano novo foi no dia primeiro porque o dia primeiro de janeiro é convencionalmente o primeiro dia do ano, mas poderia não ser. Poderíamos não contar ano, dia ou mês, simplesmente seguir em frente, uma volta da terra em torno de seu eixo depois de outra, sucessivamente, sem nome, nem marco temporal.
Há equinócios e solstícios ou solstícios e equinócios? Será que há hierarquia entre os dias mais longos e mais curtos e os dias absolutamente iguais? Será que há razão além da religião e da agricultura para fazer diferença entre cada um dos dias?
Há um momento para arar, para plantar e para colher. Cada ação segue a precedente e, se não houver alteração no ciclo natural, cada fato se dá no momento exato. Não adianta querer colher frutos verdes, nem plantar nos meses de inverno.
É assim porque é assim. A natureza gira no seu ritmo, por isso, antes é cedo e depois é tarde, a hora é a hora, tanto faz todos os tantos fazes. Ninguém altera o ritmo da vida, até quando imagina que o faz. Não faz, a natureza é quem dita cada minuto e o que veio antes e o que virá depois.
A nós cabe seguir nossa jornada, fazer o que tem que ser feito, no momento em que tem que ser feito e assim tentar fazer mais feliz nossa jornada na terra.
A razão de ser da vida é perpetuar a vida. Nascemos para gerar outra vida e assim preservar a espécie. Crescemos e nos multiplicamos. Depois, voltamos ao pó para alimentar outras vidas que dependem de nossa morte.
Domamos o tempo para codificar nossa existência, mas o tempo é eterno. Então, o que foi será sempre da mesma forma que o que ainda não foi. Um novo ano chegou. Viva o ano novo! E a vida segue.
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