O São Paulo dá show

O ano mal começou e o São Paulo Futebol Clube dá show. Mostra que profissionalismo é coisa séria e que levar o planejamento avante faz parte de qualquer estratégia que pretenda ser bem-sucedida.

No longo caminho dos campeonatos, jogar bem ou jogar mal são variáveis que podem e devem ser mais ou menos administradas. Digam o que disserem, o São Paulo faz isso melhor que os outros, com rara competência e visão de conjunto.

No São Paulo, defesa, meio de campo e ataque funcionam de forma sincronizada e perfeitamente coordenada. Quando um joga bem, os outros jogam mal e vice-versa. Vai pra frente quando deveria ir para trás e vai pra trás quando deveria tentar marcar gols.

Tem quem diga que é um vexame. Mas é porque não tem visão de conjunto, não entende onde o time, mais uma vez, faz força pra chegar.

O São Paulo tem como meta secreta visitar a segundona. Não importa qual segundona, o negócio é cair e cair jogando mal, mas fingindo que está tudo bem.

Como são-paulino, eu sei que não está, mas, nestes tempos esquisitos, falar a verdade pode ser delicado. Então, para todos os efeitos, e até para garantir o salário no fim do mês, falam que o time está melhorando, só que perdeu, apesar de jogar bem. Quer dizer, o ataque jogou bem, a defesa nem tanto e meio de campo também deixou a desejar.

No jogo seguinte é o contrário. O meio de campo dá show, a defesa se escora, mas o ataque não marca gols e assim vamos em frente, na velha e boa toada que faz o são-paulino conhecer o martírio há vários anos.

Um amigo com bons contatos nos canais religiosos diz que tem um lado bom que não está sendo considerado: ser são-paulino garante indulgência para alguns séculos de purgatório. E isso não tem preço.

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