O nome da felicidade

Pouca coisas no mundo ameaçam a estabilidade de um casamento como uma estrada. Não há, na longa história dos carros e das estradas, mulher que não tenha brigado com o marido por conta dele correr demais.

Também não tem marido que não tenha ficado pelas tampas com a amolação da mulher, por conta dele estar – segundo ela, o que nem sempre é verdade – correndo demais.

Assim, não há casal que já não tenha feito pelo menos uma viajem infernal, por culpa da velocidade do carro, volta e meia aumentada pelo velocímetro, que, como é sabido, no brasil tem o mau hábito de marcar a mais.

Alguns casais conseguem superar o problema das formas mais inusitadas possíveis, outros não, e é ai que mora o perigo: uma estrada num dia ruim pode acabar em divórcio, ainda que, exceto nestas situações, a vida em comum seja um mar de rosas.

Os que ultrapassam o ponto de explosão normalmente o fazem de forma crítica, quase que não conseguindo fingir que um não está uma fera com o outro.

Mas, graças a exercícios constantes de meditação zen, eles acabam se controlando e ele diminui a velocidade cinco km por hora e ela finge que está lendo o jornal, e chegam ao fim sem gritos, lágrimas ou estouros mais demorados.

Já outros têm dificuldades terríveis para superar o instante, que, dependendo da viagem pode durar horas.

Ai, a única solução é o seu Gervásio e outros como ele, que parece que foram inventados para zelar pela felicidade conjugal, impedindo que marido e mulher se matem durante uma viagem.

Motorista especializado em viagens, o seu Gervásio tem a paciência dos santos e não se incomoda em levar até uma hora a mais, numa viagem de duas, para deixar sua cliente feliz e bem humorada no ponto final de seu roteiro – e, o que é melhor, por um preço módico.

É por isso que uma das caras da felicidade é com certeza a cara boa do seu Gervásio.

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