Três males eternos
Os quatro cavaleiros do Apocalipse são a Fome, a Morte, a Guerra e a Peste. Tão antigos quanto a vida, os quatro representam as desgraças que caem sobre o ser humano e complicam sua vida em cima do planeta.
Mostram como somos fracos diante de forças que escapam ao controle e geram destruição por todos os lados, sem se importar com as vítimas ou suas consequências.
Mas se os quatro cavaleiros são o símbolo do mal, há uma verdade mais simples e mais próxima e se estampa nas três vergonhas que desde sempre maculam a maioria das civilizações, sendo que duas, pelo menos, estão recorrentemente presentes.
Tanto faz o continente, tanto faz a época, tanto faz o grau de desenvolvimento, se tem pirâmide ou totem ou outro símbolo para marcar sua existência, não há nada mais antigo e sempre presente do que a guerra, a escravidão e a prostituição.
Desde o começo da história, as três se misturam, presentes em todas as civilizações, na Bíblia, nos textos chineses, na história do Japão, na antiguidade mediterrânea, no Império Romano, entre os celtas, os godos, os beduínos, os bantos, em todos os povos e todas as civilizações.
Diante delas não há poesia no mundo que enfeite a dor, a crueldade e a dureza da vida.
Pode ser que um povo, por razões culturais, não tenha uma das três, mas duas com certeza sempre estarão presentes e a maioria das civilizações convive desde sempre com as três.
A guerra, a escravidão e a prostituição são parte da saga do ser humano, a guerra servindo de instrumento para as outras duas. Durante milênios, os vencidos foram escravizados e prostituídos. E hoje, a vida vai em frente, da mesma forma, mas fantasiada de outro jeito.
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