Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Três males eternos

Os quatro cavaleiros do Apocalipse são a Fome, a Morte, a Guerra e a Peste. Tão antigos quanto a vida, os quatro representam as desgraças que caem sobre o ser humano e complicam sua vida em cima do planeta.

Mostram como somos fracos diante de forças que escapam ao controle e geram destruição por todos os lados, sem se importar com as vítimas ou suas consequências.

Mas se os quatro cavaleiros são o símbolo do mal, há uma verdade mais simples e mais próxima e se estampa nas três vergonhas que desde sempre maculam a maioria das civilizações, sendo que duas, pelo menos, estão recorrentemente presentes.

Tanto faz o continente, tanto faz a época, tanto faz o grau de desenvolvimento, se tem pirâmide ou totem ou outro símbolo para marcar sua existência, não há nada mais antigo e sempre presente do que a guerra, a escravidão e a prostituição.

Desde o começo da história, as três se misturam, presentes em todas as civilizações, na Bíblia, nos textos chineses, na história do Japão, na antiguidade mediterrânea, no Império Romano, entre os celtas, os godos, os beduínos, os bantos, em todos os povos e todas as civilizações.

Diante delas não há poesia no mundo que enfeite a dor, a crueldade e a dureza da vida.

Pode ser que um povo, por razões culturais, não tenha uma das três, mas duas com certeza sempre estarão presentes e a maioria das civilizações convive desde sempre com as três.

A guerra, a escravidão e a prostituição são parte da saga do ser humano, a guerra servindo de instrumento para as outras duas. Durante milênios, os vencidos foram escravizados e prostituídos. E hoje, a vida vai em frente, da mesma forma, mas fantasiada de outro jeito.

___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: SpotifyGoogle Podcast e outras.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.