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Podemos comemorar?

Diz a lenda que o fim das tempestades de verão acontece no fim de março. Que, com o fim do verão, os riscos das tempestades fora da curva acabam, que o tempo fica mais amigável, que o outono traz a brisa e o cheiro de terra para deixar nossos dias mais felizes.

A questão é saber se é verdade ou se é lenda. Diz a lenda que é verdade, que, com o fim de março, acabam as tempestades de verão, as calamidades que destroem e matam com a sem cerimônia de quem sabe que é mais forte.

O Brasil teve um verão complicado. As tempestades entraram com força total e passaram por cima da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e deram bis em Petrópolis, para depois se espalharem por outras áreas, levando morte e destruição para quem não tem nada com isso.

É hora de torcer para ter passado, para, com a chegada do outono, as coisas ficarem mais mansas, mais agradáveis. Com menos sustos, menos riscos de morte, de deslizamentos, enchentes e desmoronamentos.

Esperamos que seja assim, que realmente a lenda esteja certa e as tempestades tenham passado, seguindo outros rumos ao redor do planeta.

Não tem razão para sofrer mais do que já sofremos, ainda mais sabendo que os governos não farão nada para melhorar a vida de quem levou a pancada de estar no rumo da tempestade.

Político é ótimo para subir em palanque e prometer mundos e fundos logo depois da tragédia e desde que ele esteja longe da área de risco. Mas passa uma semana, quinze dias e eles misteriosamente esquecem. É como se não tivessem nada com isso. Nem as verbas já destinadas para melhorar as áreas de risco eles usam. Fica o dito pelo não dito.

É por isso que eu torço para a lenda ser verdade e as tempestades de verão terem ido embora. Chega de coisa ruim, a vida já é difícil como é.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.